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the old soul girl

the old soul girl

28
Set20

Who looks outside, dreams; who looks inside, awakes.

girl

Na noite passada, tive um sonho em que tu aparecias. O sonho, em si, foi uma confusão. Literalmente uma confusão, que me envolvia a mim, dois pretendentes, uma escolha, um abandonado no altar. Hilariante, eu sei. Mas tu estavas lá, no momento em que tomei a minha decisão. Encostei a minha cabeça ao teu ombro, suspirei e tu disseste-me que estava tudo bem, que podia sempre contar contigo. Senti-me protegida e senti que estava tudo ali. A nossa amizade de anos, a nossa cumplicidade, a confiança. E, quando acordei, senti saudades tuas e nossas. Senti saudades da nossa infância e adolescência, em que não havia um dia em que não estivéssemos juntas ou que não falássemos. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que mudaste de casa e passaste a ser minha vizinha. Parecia algo demasiado bom para ser verdade. Iamos sempre juntas para a escola, ainda somos do tempo em que usávamos o telefone fixo, de casa, para nos perdermos em conversas de horas. A minha mãe questionava o que tanto tínhamos para dizer uma à outra quando passávamos o dia juntas. Mas a verdade é que tínhamos sempre assunto. Crescemos juntas, demos os primeiros passos em conjunto, contigo sempre mais à frente, mas nunca deixaste de esperar por mim e celebrar as minhas conquistas, por mais que fossem tardias. Naquela noite invernosa, quando comecei a namorar com o meu amor, foste tu quem acalmou a minha ansiedade. Fizemos uma pijama party, vimos (pela centésima vez) o Into the Wild e, quando amanheceu, bastou-me atravessar a rua e estava em casa.
Sinto que com a ida para a faculdade, nos afastamos. Seguimos caminhos diferentes, a vida intrometeu-se, mas admito que não nos priorizei, porque sempre soube que eras algo garantido. Serias sempre a minha melhor amiga e eu a tua. Conhecemos pessoas, fizemos amizades, vivemos experiências sem a presença uma da outra, mas aquele sentimento de total conforto e confiança que sinto contigo nunca se ofuscou.
Hoje, a pensar no sonho que tive, lá estavas tu. Gostei daquela proteção e da forma como me confortaste. Lembrei-me de como ouvias sempre os meus dramas e medos, éramos totais confidentes. Nunca tive medo nem vergonha de te dizer nada, até hoje. Gostava de te dizer o que se passa cá em casa e acho que mereces sabê-lo. Afinal, estas pessoas não te são estranhas e também cresceste com elas. Gostava de te dizer tudo, porque mereces que o faça e eu preciso do teu conforto. Aquele que nego, que digo não precisar, que se esconde atrás de um "está tudo bem".
Sempre nos chamamos de "maninha", porque é isso que sempre sentimos que éramos: irmãs. E, precisamente por isso, gostava de ter a coragem de te contar o que se passa deste lado da família. Eu creio que já sabes alguns detalhes, mas quero que saibas por mim. Quero ser eu a explicar-te tudo. Não sei quando nem como o vou fazer, mas sinto que é algo que está pendente entre nós. E se há coisa que este sonho mirabolante me mostrou é que sinto saudades tuas e que te quero na minha vida, como sempre tiveste. 

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