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the old soul girl

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21
Nov19

uma metáfora

girl

Chega ao fim o desafio de 30 dias de escrita e termina de forma grandiosa: uma metáfora para a vida. Gostava, sinceramente, de escrever um texto à altura do desafio proposto para este último dia, mas receio que tal não vá acontecer. Por isso, vou apenas escrever aquilo que me vai na alma e me passou pela cabeça quando li o que era pedido para o 30º dia. 

Life is a gift. Experience is the beauty.

Esta deverá ser a metáfora mais fraquinha da história em termos literários, mas em termos práticos e reais é, para mim, a mais poderosa. Não sei se ando a atravessar uma espécie de crise existencial ou coisa parecida, mas penso frequentemente na vida. No milagre que tudo isto é. Sim, já vos tinha dito que eu faço parte da equipa de gente que o vê tudo como um milagre. Não interpretem estas palavras como uma questão religiosa, porque não é disso que se trata. Quando digo que concebo tudo como um milagre, é porque quando olho em meu redor só consigo ver beleza e genialidade. A natureza, o corpo humano, o tempo, o espaço, a música, a literatura, a mente humana, tudo é de uma enorme beleza. Funciona tudo a um ritmo tão coordenado e tão exato, tudo parece ter um sentido tão bem pensado e construído, que só pode ser um milagre. Olho para a vida desta forma: a vida é um milagre autêntico. A evolução que nos trouxe aos dias de hoje, tudo o que já passou, a quantidade de seres (humanos e não só) que já pisaram este mesmo chão que hoje nós temos a oportunidade de pisar, os planetas, o sol, o universo são a prova de que estarmos aqui hoje é uma dádiva. 

Sabem, quando era pequena, tinha constantemente um pensamento sobre o milagre que era viver. Eu sentia-me imensamente sortuda por ter nascido humana, acreditava que tinha sido o meu grande golpe de sorte. Porque no meu imaginário, eu poderia ter nascido planta, candeeiro, televisão, girafa. Eu achava que me tinha sido atribuído o direito de nascer pessoa, enquanto a outros tinha sido atribuído o formato objeto, a outros o formato animal e etc. Por isso, já nessa altura, a vida me parecia uma autêntica bênção. Eu fazia parte do melhor grupo: era pessoa! Além de que, não só era pessoa, como tinha nascido num país seguro, com condições, e numa família que me amava e fazia tudo para me ver bem. Quantas e quantas vezes não dei comigo a pensar que raio de sorte me tinha atingido para ter nascido no sítio, forma e jeito certo? 

Por isso, sim, eu acredito em milagres. E acredito no maior deles todos: esta vida maravilhosa que nos foi dada a oportunidade de viver. Por pior que seja a fase que estejamos a vivenciar, nunca mas nunca mesmo nos podemos esquecer de que, pelo menos, estamos vivos e que não há nada melhor do que estar vivo. Essa é a maior oportunidade que alguma vez nos poderá ser dada. Há dias cruzei-me com uma frase que, em traços gerais, dizia: há sempre um novo amor, um novo emprego, um novo amigo, só não há uma nova vida. Isto fez fricção dentro de mim por ser incrivelmente verdadeiro. Temos o direito e dever de fazer desta vida uma vida estupenda! 

A beleza da vida é a experiência. Não sejamos ingénuos: há momentos muito duros. Há acontecimentos que nos arrombam e derrubam, como se a vida nos estivesse a assaltar à mão armada e não conseguíssemos fazer mais do que nos rendermos e tentarmos recuperar o fôlego. Da mesma forma que há momentos de uma beleza e magia imensas. Que nos fazem transbordar de alegria, tanto que nos sentimos pequenos para o tamanho que a nossa felicidade ocupa. E, porque não são menos importantes, existem os momentos de serenidade, em que nada de destrutivo ou incrível acontece, mas nos é permitido estar em paz e usufruir dos pequenos milagres diários. É esta mistura ora assustadora, ora mágica, ora pacífica que dá sabor e tempero à vida. Que lhe dá sentido. 

Não sei se o que escrevi fará algum sentido ou se será uma representação aproximada e fiel do que sinto em relação a viver, mas a mensagem é muito simples. Quanto mais penso nisto que é viver, mais agradecida me sinto por cá estar. Gosto verdadeiramente de viver e é por isso que esta é a minha metáfora marcante. A cada dia que acordo, sinto que me foi dado um presente: viver!

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