uma (a minha) nuvem no céu
Não vai há muito tempo, embora pareça que entre esse momento e o atual se tenha passado uma eternidade, que um dos meus sonhos era ter uma nuvem só para mim. Porque de toda a natureza deste mundo, a minha favorita é o céu.
Há arte no céu. Talvez porque este se assemelhe a uma tela em branco na qual se pode lançar uma infinidade de tons e obter sempre uma imagem digna de obra de arte. Seja o nascer do dia, o finalizar ou uma noite cerrada, cheia de pequenos pontinhos luminosos. É um espetáculo que nunca desilude e perante o qual nunca se consegue ficar indiferente.
Nesta tela, surgem as nuvens. Aqueles aglomerados fofos, suspensos e leves, que viajam o mundo. Há qualquer coisa nas nuvens que nos faz sonhar e viajar. Não apenas pela célebre expressão "estás com a cabeça nas nuvens", mas pela sensação de leveza e conforto que surge quando nos imaginamos deitados numa nuvem.
Eu sempre quis ter uma só para mim. Ter o meu nome lá registado e fazer dela o meu veículo de transporte. Atravessar o mundo. E sentir-me igualmente leve e serena, suspensa e firme.