um adormecer tranquilo
Nenhum lugar no mundo se assemelhava ao conforto e aconchego dos seus braços. Com a cabeça encostada no seu peito, embalada pelo ritmo do seu coração, sincronizavam as suas respirações, inspirando e expirando em uníssono, como se dois corpos se fundissem num só. Ele abraçava-a, cercando-a com os seus braços como se estes criassem uma barreira protetora entre ela e o mundo. Enquanto fosse prisioneira daquela fortaleza, nenhum mal a poderia alcançar, ele não deixaria que tal fosse possível.
Mesmo nas noites difíceis, em que as preocupações invasoras lhe roubavam o sono, só a presença dele, a dormir pacificamente junto de si, deixava-a tranquila. Acabava sempre por adormecer abraçada a ele, como se tentasse assegurar que ele não fugiria nem iria a lado nenhum. Ele era o seu porto seguro e, junto a ele, nenhuma tempestade parecia impossível de ultrapassar.
Foi desde que começaram a dormir juntos que ela descobriu o que era adormecer tranquilamente. Com ele, só existia acalmia, sossego, proteção e conforto. Os beijinhos na testa, o calor dos seus corpos abraçados, os pés entrelaçados (que eram uma verdadeira tormenta para ele, pois os pés dela assemelhavam-se a dois cubos de gelo), um encaixe perfeito das suas posições preferidas para dormir. Com ele, todas as noites eram profundamente deliciosas. Adormecer e acordar a seu lado era experienciar um amor sem limites, que não se esgota, que nunca entra em modo suspensão.