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the old soul girl

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17
Ago20

#6 Self-care Journal: List 10 new books to read

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Não sei se estes 10 livros serão todos novos, mas são aqueles que me apetece ler nos próximos tempos:

1. Heart Bones - Colleen Hoover 
2. Layla - Colleen Hoover
3. Being Mortal: Medicine and What Matters in the End - Atul Gawande
4. Aceitaçõ Radical - Tara Brach
5. The Guest List - Lucy Foley
6. His & Hers - Alice Feeney
7. O que faria Freud? - Sarah Tomley
8. O Corpo: Um guia para ocupantes - Bill Bryson
9. Memórias, Sonhos, Reflexões - C. G. Jung
10. The Simple Wild - K.A. Tucker

10
Ago20

#1 Self-care Journal: What is your favorite book of all time and why?

girl

Quando quero escrever, mas não sei exatamente acerca de que assunto, gosto de me inspirar em desafios. No ano passado, dediquei-me ao dos 30 dias de escrita e se no início pensei que seria uma excelente forma de explorar a escrita criativa e dar asas à imaginação, rapidamente percebi que cada uma daquelas 30 ideias de escrita servia o propósito de me por a reflectir e resignificar momentos e memórias. 

Pelo bem que me fez e pela quantidade de gavetas mentais que ordenei, achei que estava no momento de me entregar a algo do género. Desta vez, são 100 questões que visam o autocuidado e, claro, o autoconhecimento. 

A primeira questão é:

What is your favorite book of all time and why?

Eu considero sempre perto do impossível a ideia de escolher um livro favorito, assim como não sou capaz de escolher o melhor filme que já vi ou uma música favorita. A verdade é que não tenho apenas um, mas vários livros (e filmes, músicas, bandas, etc.) que ocupam um lugar especial no meu coração e, como tal, é ingrato selecionar apenas um. Até porque eu leio diferentes estilos literários e dentro de uma categoria poderá haver um que se destaque mais, mas no todo dos livros da minha vida, poderá ficar esquecido.
Por isso, vou optar por responder a esta questão guiando-me pelo livro que me surgiu de imediato na memória. Não será, seguramente, o melhor livro que já li, nem aquele que mais me impactou, mas é, sem dúvida, um dos livros que marca a minha vida. Falo-vos de A Lua de Joana de Maria Teresa Gonzalez.
Perdi a conta ao número de vezes que o li, mas posso assegurar que a cada leitura, me toca mais e mais. Este é um livro clássico, que li no inicio da minha adolescência e que me fez questionar.

Começou por me fazer questionar acerca do final, não por se tratar de um fim aberto, mas por não nos ser dado de forma direta. Na primeira vez que o li, passei os dias seguintes a tentar digeri-lo, questionando todos os meus colegas de escola se tinham compreendido o mesmo final que eu havia entendido. Queria certificar-me de que aquele desfecho trágico era real, porque não conseguia acreditar que algo tão triste pudesse acontecer a uma pessoa tão jovem, tão semelhante a mim e aos meus pares. Levou-me a questionar sobre a facilidade com que nos perdemos do nosso rumo e sobre a forma como podemos estar rodeados de gente e, ainda assim, nos sentirmos completamente sozinhos e abandonados. Fez-me pensar na invisibilidade e no modo como passamos tantas vezes despercebidos aos outros. Às vezes forçamo-nos a usar uma máscara que esconde toda a nossa dor, outras vezes nem precisamos de o fazer, porque o mundo anda tão rápido e as pessoas estão tão mergulhadas nas suas vidas e problemas, que não reparam nas dores que os outros carregam.
Mas o que mais me marcou e que ainda hoje trago comigo é aquele final, aquele pai, perdido na perda, de relógio na mão, entregue à triste e dura descoberta de que agora tinha todo o tempo do mundo, mas para quê? O melhor presente que podemos dar às pessoas que amamos é o nosso tempo, pois este tempo é, de igual modo, o nosso bem mais precioso. Escolhemos dar o nosso tempo sempre que escutamos, em vez de ouvir; sempre que vemos, em vez de olhar. Uma conversa real, em que ambas as partes se ouvem atentamente, se sentem compreendidas e abraçadas, vale mais do que qualquer bem material, por maior que seja o seu valor. Quando só restava a lua de Joana, o seu pai compreendeu que aquela tatuagem, com o relógio parado, traduzia um poderoso e gritante pedido, assente numa grande e cruel solidão.
Talvez por me ter marcado tanto e ainda estar tão presente em mim, mesmo depois de tantos anos, este livro será sempre um dos livros da minha existência. É de uma escrita tão simples e deliciosa, que nos envolve e prende. É de uma riqueza tão grande e alerta - tanto adolescentes como pais - para a forma débil e confusa como comunicamos. Tudo é comunicação, tudo é uma forma, um veículo de transmitir um pedido, uma mensagem. É preciso estarmos atentos uns aos outros, pois esta atenção é, também ela, uma forma de expressarmos todo o nosso amor.

19
Fev20

All your perfects

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Este blog começa mesmo a transformar-se, aos poucos, num clube de adoração a Colleen Hoover. Mas não consigo evitar tornar a falar de um livro dela, porque foi o último que li (terminei ontem) e foi, talvez, dos mais intensos que já li, se não me atraiçoa a memória. É imperativo escrever sobre este livro, porque, como já disse e torno a repetir, há livros que nos abalam, que nos viram do avesso e que nos transformam. Há livros que são arte, são magia e quando abertos, nos levam não só para outros mundos, mas também para mundos dentro de nós mesmos nunca antes conhecidos e explorados. All your perfects é um exemplo exímio desse tipo de livros. 

A primeira vez que ouvi falar deste livro foi no blog da Mariana Alvim, que faz parte da equipa das manhãs da RFM. A Mariana é uma leitora compulsiva e adora romances, já me "aconselhou" indiretamente a ler muitos livros devido às reviews que faz dos mesmos. E também é fã assumida da Colleen Hoover, pelo que, quando li a sua opinião sobre All your perfects fiquei imediatamente curiosa e com vontade de o ler. Sabia que o leria em inglês, porque ainda não está traduzido, mas sem qualquer problema porque cada vez aprecio mais ler em inglês e tem sido uma excelente forma de poupar uns euros, tendo em conta que os livros são bastante mais acessíveis.

Quando chegou a casa, coloquei-o na mesinha de cabeceira e posso afirmar, com segurança, que permaneceu na fila de espera uns bons meses. Sempre que acabava de ler um livro, olhava para ele e sentia que ainda não era o momento. Não sei se mais alguém partilha este traço estranho comigo, mas eu tenho uma espécie de feeling em relação aos livros. Preciso de sentir que estou na fase certa e plena para ler aquele livro em específico, da mesma forma que sei quando preciso de um time-out de determinado género e preciso de ir alegrar os olhinhos com outras leituras. Andei neste jogo durante algum tempo, porque sentia que este livro ia ser intenso, ia absorver toda a minha capacidade emocional, ia esvaziar-me e preencher-me em simultâneo. Atenção, não sabia muito da história, mas do pouco que sabia, sentia que seria um livro profundo e nada light. Aliás, nada do que a Colleen escreve é leve ou simples.

”If you only shine light on your flaws, all your perfects will dim.”

Posso confirmar que a minha intuição estava certa, porque este livro é tudo menos leve. Sinto-me drenada e arrebatada por ele. E não vou entrar em detalhe nenhum da história, porque ao fazê-lo iria estar a estragar qualquer coisa, ainda que mínima, e este livro não merece isso. Merece que quem o lê, vá completamente ao desconhecido, que se deixe levar, que se entregue e, meus amigos, que sofra. Porque vão sofrer, preparem-se para isso. Isto não significa que o final da história será uma tragédia, apenas significa que é um livro intenso, é forte, é emocional da primeira à última página. Mas também posso assegurar-vos que há um pouco de cada emoção, nem tudo é tristeza. Aliás, há momentos incrivelmente felizes e apaixonantes e é também por esses que sentimos tão intensamente esta história e sofremos tanto com as personagens. Posso dizer que sofri ao ler este livro, chegando ao ponto de me sentir inquieta e desassossegada em alguns capítulos, noutros senti que o meu coração e o meu peito iam arrebentar de tanto ar que sustive. Chorei muito, chorei tanto que o meu namorado olhou para mim, perdido de riso, e me veio acalmar, frisando que era apenas um livro.

Mas a questão é mesmo esta: sendo apenas um livro, não é apenas um livro. Tocou tantos aspetos e tantas dinâmicas com as quais me confronto diariamente. Fez-me questionar muitas coisas da minha própria vida e levou-me a posições e perspetivas novas, que eu nunca tinha experimentado antes, sobre os assuntos de sempre. Foi doloroso ler este livro, porque a história e as personagens misturaram-se com tantos episódios da minha realidade, despertaram-me para pensamentos e atitudes que não quero ter e que, ultimamente, têm sido frequentes. Mas foi igualmente transformador e libertador aceder a alguns lugares estranhos e perdidos dentro de mim e das minhas relações.

Há duas passagens em especial que me tocaram e quero partilhar. Uma está perdida algures neste emaranhado de palavras, outra é com a qual pretendo terminar este texto, que está completamente desformatado em termos de sentido e lógica, mas que se assemelha muitíssimo ao meu interior depois de ler um livro que me destabiliza, como foi o caso deste. Aconselho vivamente e asseguro-vos, por tudo que é mais sagrado, que a Collen não me paga nenhuma comissão por toda a publicidade que lhe faço. Apenas desejo que nunca deixe de escrever, porque nos iria privar de muita riqueza.

“What's the secret to a perfect marriage?'
'Our marriage hasn't been perfect. No marriage is perfect. There were times when she gave up on us. There were even more times when I gave up on us. The secret to our longevity is that we never gave up at the same time.”

11
Fev20

Como o "Isto acaba aqui" acabou comigo

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Sou uma fã assumida e orgulhosa da Colleen Hoover. Já foram diversos os textos que escrevi sobre o impacto dos seus livros em mim e sobre a forma como admiro o trabalho e o talento de Colleen. Só não me aventuro a criar-lhe um clube de fãs porque já devem existir centenas deles e o meu seria apenas mais um, perdido no universo. E depois leio o "Isto acaba aqui" e começo a reformular toda esta ideia de (não) criar um clube de fãs, porque quando eu achava impossível não me deslumbrar mais pelo trabalho de Colleen, ela é capaz de me surpreender e todo o seu talento se debruça sobre mim como uma avalanche.
Fiquei acordada até às tantas da manhã, num dia de semana, sabendo que teria poucas horas de sono, para acabar de ler este livro. E valeu cada segundo de sono perdido, porque o que perdi em descanso, ganhei em entusiasmo, euforia, tristeza, raiva, eu sei lá, toda uma montanha russa de emoções. O mais curioso é que eu não estava nada curiosa para ler este livro. Aliás, quando lia e relia a sinopse do livro, sentia que não era o tipo de livro que iria prender a minha atenção. Até que num belo dia, numa viagem pelo Goodreads, li uma resposta da Colleen a um fã, que a questionava qual dos seus livros mais gostava. Ao que a Colleen não se poupou a respostas politicamente corretas e, abertamente, disse que era o "Isto acaba aqui", por ser o livro mais pessoal e intenso que já havia escrito. E foi aqui que a coisa se inverteu para mim. Onde antes não havia curiosidade, do nada nasceu toda uma vontade de descobrir este livro e perceber se, afinal, era assim tão incrível como todas as pessoas no Goodreads comentavam, inclusive a própria autora do livro.
E ... o que dizer? O que dizer para além do óbvio e já dito por todo o universo de pessoas que leram este livro? É realmente incrível. É tão incrível que senti necessidade de escrever sobre ele, para que mais pessoas possam deitar os seus olhinhos nele e se deixarem levar por uma história que tem um pouco de tudo e em que não falta nada, mesmo nada.

Sempre que escrevo a minha opinião sobre livros, sou muito superficial, porque não quero, de forma alguma, dar spoilers. Nunca sei como conciliar falar do livro com entusiasmo sem dar demasiadas informações sobre a história, mas vou dar o meu melhor para vos tentar explicar o porquê deste livro me ter arrebatado, como eu nunca, nem nos meus maiores sonhos, imaginei.
O tema base e central deste livro é a violência doméstica. É a história de uma jovem de 25 anos, Lily, que cresceu a assistir a cenas de violência entre os pais, mais concretamente o pai a agredir a mãe. Conhecemos a Lily de hoje, jovem adulta, emancipada, a conquistar todos os sonhos que tem para a sua vida, e, ao mesmo tempo, vamos conhecendo a Lily do passado, com 15 anos, que assistia ao que ninguém deveria alguma vez assistir e ao impacto que todos esses episódios tiveram na construção da sua personalidade e na forma como se relaciona com os outros. E até aqui nada disto parece muito fascinante, mas posso dizer-vos que há uma pessoa especial que cresce com Lily, que a marca para sempre e posso também dizer-vos que surge uma pessoa no presente de Lily, que parece ser a pessoa perfeita, que se apaixona por Lily, por quem Lily se apaixona e por quem, também nós, leitores, acabamos por nos apaixonar a dada altura. Estas duas pessoas terão muito peso e influência na história de Lily, no rumo que a sua vida vai tomar, nas escolhas e decisões que esta terá de tomar.
Mas não é sobre a história de que vos quero falar, embora a tenha adorado. Adorei todos o detalhes dela, todos, todos. Adorei a forma como a Colleen conseguiu criar personagens tão dinâmicas e que, no final, nos fazem acreditar numa frase chave no decorrer deste livro: não há pessoas más, há apenas pessoas que por vezes fazem coisas más. Adorei a genialidade da autora em nos dar a conhecer o passado de Lily através das entradas dos seus antigos diários, que são deliciosas. Mas esta genialidade não se esgota e Colleen consegue escrever sobre as dinâmicas e os conflitos internos da violência doméstica de uma forma que nos envolve, que nos faz sentir que somos aquela vítima, que aquela poderia ser a nossa realidade e poderíamos ter de ser nós a ter de tomar tais decisões. Colleen alerta, em mais do que um momento, para uma questão que me tem passado em loop na mente: tendemos a dirigir os nossos pensamentos mais críticos e duros para aqueles que são vítimas de violência doméstica do que para os agressores. É-nos mais fácil julgar a mulher que não sai de casa, que não abandona o marido violento, pensar nela como fraca e frágil, até como pouco inteligente por cair sempre no mesmo engodo e na mesma armadilha de perdoar, por achar que não se voltará a repetir. E enquanto o fazemos, vamos deixando escapar impune os agressores, que não destroem apenas fisicamente as vítimas diretas, destroem-nas por dentro e destroem todos os que estão em seu redor. Mas, ao mesmo tempo, Colleen ainda nos consegue deixar sentir um pouco de empatia por estes mesmos agressores, mostrando-nos que estes também têm uma história e que, muitas vezes, também estes estão num sofrimento inesgotável. No entanto, Colleen nunca nos deixa cair na armadilha de pensar que ter uma história de vida difícil é um motivo ou uma justificação. É apenas isso: uma narrativa que nos leva a perceber que, novamente, as pessoas não são boas nem más. Apenas fazem coisas más por vezes. 

Há muito da vida, do passado de Colleen neste livro. Há vulnerabilidade, há a sensação de que a autora escreve este livro com um objetivo triplo: engrandecer a mãe, perdoar o pai e libertar-se a si mesma, rescrevendo a sua história ou, pelo menos, a forma como sempre olhou para a mesma. Hoje entendo o porquê deste ser o seu livro preferido e o mais difícil de escrever. A matéria-prima não só era densa, pesada, negra, como vinha de fontes próximas.
Poderia dizer-vos tanto sobre este livro e sinto que seria sempre insuficiente. Quem já o tiver lido, partilhe comigo nos comentários o que achou! Quem não o fez, faça-o, não se irão arrepender. Para mim foi apenas mais uma confirmação de que Colleen Hoover tem um talento que transborda, não tem início nem fim. Foi a confirmação, também, que, de quando a quando, aparece um livro que nos abala, que nos faz estremecer, que nos deixa a pensar, que nos transforma. Tudo nele é brilhante, até o próprio título.

E, em jeito de conclusão, termino com uma frase que me ficará gravada para sempre, que ressoou tanto dentro de mim, pelos motivos mais óbvios: quando a vida é difícil, parecendo não haver solução, há que continuar a nadar. Nem que pareça que apenas flutuamos ou que estejamos a afundar, nunca podemos deixar de nadar. Chegaremos à margem.

20
Dez19

2019 foi o ano em que ... #2

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... descobri a escritora Colleen Hoover. Sabem quando descobrem algo maravilhoso e se questionam como é que foi possível viverem tanto tempo sem saber que existia algo assim tão bom? Pronto, é assim que me sinto em relação à Colleen (olhem só para mim a tratá-la pelo primeiro nome, como se fossemos as melhores amigas)!

Comecei por ler o Confesso e não fiquei deslumbrada, embora ache que tenha sido mais culpa minha do que do livro. Não o li no momento ideal, o que fez com que não me envolvesse tanto na história como seria de esperar, porque esta tem todos os ingredientes para ser viciante. 

Depois aventurei-me no Caso Perdido e este sim, foi paixão à primeira página. Arrisco a dizer que foi dos melhores livros que li este ano e quando terminei, fiquei com uma sensação de vazio que somente os bons livros são capazes de provocar. O que me valeu foi descobrir que existia outro livro, o Uma Nova Esperança, que contava a mesma história, mas na versão do outro protagonista. Escusado será dizer que adorei e a sensação de vazio só amplificou. 

A essa altura, já considerava a escrita e a criatividade da Colleen fora de série. Não há dúvidas que a autora tem a capacidade de nos envolver em histórias deliciosas e que têm sempre um turning point, causando sempre surpresa e deslumbre. Assim aconteceu com o Amor Cruel, que li praticamente em duas noites, chegando ao fim sem sequer me aperceber. Inicialmente, senti que tudo se estava a desenrolar demasiado rápido, sem haver cadência e tempo para absorver a história e conhecer as personagens, mas adiante compreendi que até esse ritmo aparentemente veloz fazia parte da história que a Colleen criou. 

9 de Novembro esteve na mesinha de cabeceira algum tempo, não porque não tivesse vontade de o ler, pelo contrário, mas pela certeza de que assim que o iniciasse não seria capaz de parar. Dito e feito. Sofri com as personagens deste livro como se todos os infortúnios estivessem a acontecer-me a mim e confirmei que a Colleen tem um dom que só lhe permite criar histórias incríveis.

E eis que é lançado o Verity, que foi um autêntico murro no estômago de tão assustador e fantástico que é, tudo ao mesmo tempo. A Colleen afasta-se completamente do seu registo habitual, mas só comprova que escreve bem qualquer coisa, até mesmo uma lista de tarefas. A sério, este livro é tão intenso, chega a ser macabro, que quando o lia, tinha necessidade de fazer pequenas pausas para recuperar a respiração e desenrolar o nó criado na barriga. 

O último que li, li em inglês e foi o Maybe Someday. Este é apenas o primeiro de três e posso assegurar que os restantes já foram encomendados e estão a caminho, porque este livro não é apenas um livro. É uma obra de arte que concilia a escrita com a música. A Colleen colaborou com o músico Griffin Peterson e todas as músicas escritas pelas personagens na história existem na realidade, pela autoria deste músico. Deixem-me fazer um parênteses para falar um bocadinho acerca de Griffin Peterson: as músicas são espetaculares! Não sei se é por ter lido os livros (sim, porque além das músicas do Maybe Someday, o cantor também escreveu duas, uma inspirada no 9 de Novembro e a outra no Amor Cruel) e a história de todos eles ainda estar tão presente em mim, mas dou por mim a ouvir as músicas dele em nonstop. E sempre com uma sensação de felicidade e paz a acompanhar. Aconselho-vos vivamente a ouvirem, porque é mágico. 

Posto isto, a Colleen ocupa, sem qualquer sombra de dúvida, um lugar cativo na minha biblioteca e no meu coração. Continuarei a ler todos os livros já publicados que ainda me faltam ler e lerei todos os que forem publicados no futuro. Para mim, foi uma das descobertas literárias mais felizes que fiz em 2019. 

12
Nov19

9 de novembro

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Pirosa como a minha irmã gosta de me apelidar, tinha de começar a ler o livro "9 de novembro" da Colleen Hoover precisamente no dia 9 de novembro. Não sei se foi pelo desejo de cumprir a profecia do título, mas a verdade é que o livro já estava há demasiado tempo na mesinha de cabeceira à minha espera. Fui priorizando outras leituras, mas sempre com a sensação de que estava a deixar pendente algo importante. E não me enganei.
Ainda está para surgir o livro da Colleen Hoover que eu leia e não goste. A sério, será que existe algum que não seja maravilhoso? É que além de nos presentear com uma escrita envolvente, a autora ainda nos delicia com personagens apaixonantes, histórias e destinos que se cruzam com magia e surpresa. Começamos a ler pensando que sabemos como vai acabar, mas surgem reviravoltas inesperadas, que nos provocam agitação, calafrios e, por momentos, nos fazem suster a respiração. Foi assim com todos os livros que li até ao momento. Não consigo ler sem sentir um tsunami de emoções a invadir-me. E quando termino, as personagens acompanham-me por longos períodos de tempo, adquirindo um espaço próprio na minha vida.
O "9 de novembro" é uma história linda, incrivelmente bem escrita e ainda melhor conduzida. Cada capítulo é uma surpresa, uma descoberta intensa e impossível de prever. Fez-me tanto lembrar uma das minhas trilogias cinematográficas preferidas: before sunrise, before sunset e before midnight. Fez-me sentir tudo à flor da pele, o bom, o mau, o bonito, o feio, a vida e a morte.
Ontem, 11 de novembro, a leitura estava concluída. Se perdi algumas horas de sono? Perdi. Mas na vida as perdas e ganhos são sempre subjetivos. Acho que ganhei muito mais do que me seria possível se tivesse interrompido a leitura. Não conseguia, nem que quisesse. É como estar numa montanha russa, prestes a deslizar a alta velocidade e querer sair. Não dá, já lá estamos, agora só podemos sair quando o percurso chegar ao fim.
A sério, aconselho muito esta autora. Qualquer obra dela é fenomenal. Acaba de ser lançada uma nova obra e hoje já chegou cá a casa. Porque é aquele tipo de escritor que até a lista de supermercado desejaríamos ler.

P.S - Só mudaria a capa. Acho-a feia e, depois de ler o livro, sinto que nem sequer se adequa à história. Mas pronto, apliquemos o sábio conselho de não julgar o livro pela capa!

05
Nov19

luto de um bom livro

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Estão familiarizados com aquela sensação de terem lido um livro tão bom, que vos prendeu desde a primeira página e cujas personagens transitaram de imediato para a vossa esfera, e não o conseguirem ultrapassar? De, por um lado, quererem avançar para uma nova leitura, mas por outro, sentirem-se ainda presos à história que terminaram recentemente de ler? Como se partir para um novo livro fosse uma espécie de traição para com o livro terminado? 

Que raio de luto é este? Esta sensação ora de vazio, ora de tristeza, ora de revolta? E quando chega a tranquila fase de aceitação? De que foi bom, maravilhoso, talvez do melhor que já lemos, mas que, como tudo na vida, teve o seu fim?

Quando leio um livro que me deixa neste estado de angústia, sem saber se devo avançar ou deixar-me estar, marinando nesta sensação de nostalgia e saudade, sei de imediato que jamais o esquecerei. É tal e qual uma morte: o livro termina, mas vive para sempre dentro de nós. 

15
Out19

Ressaca emocional

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É oficial: estou de ressaca emocional. Os sintomas? Sensação de vazio, de perda, vontade de "consumir" mais e ter o pensamento completamente bloqueado e preso no objeto aditivo. Por um lado, dói; por outro, sabe muito bem. 

Falo-vos da única ressaca que tive e tenho na vida: aquela que é provocada após a leitura de um bom livro. Ontem terminei de ler "Sleepness in Manhattan" da autora Sarah Morgan e posso já assegurar duas coisas: 1) fui imediatamente comprar os dois livros seguintes desta coleção; 2) não consigo parar de pensar na Paige e no Jake Romano. A sério, que história tão boa! Tão viciante! 

Foi o primeiro livro que li em inglês. Estava com algum receio que a leitura se tornasse cansativa, porque embora domine bem a língua inglesa, há sempre termos e expressões que desconheço. No entanto, foi uma agradável surpresa: não só li maravilhosamente bem, como fiquei cheia de vontade de continuar a ler em inglês. Há sempre perdas nas traduções, há expressões difíceis de traduzir na íntegra que, ao lermos na sua forma original, fazem muito mais sentido e são muito mais bonitas. Esta descoberta abriu ainda novos horizontes: agora já posso comprar todos os livros que tenho na minha lista de desejos que, por ainda não terem um versão portuguesa, estavam em stand-by. Todo um novo mundo se abre!! 

Mas voltando à minha ressaca. Gosto tanto de ler um bom livro, mas a despedida custa tanto. Quando começo a sentir que são as páginas finais, bem tento demorar, saborear ainda mais a leitura, mas é tão difícil conciliar a vontade de devorar o livro com a de o prolongar. Quero mais, quero saber mais desta história. E quem fala desta fala de tantas outras que tenho lido e me têm deixado autênticos buracos no peito.

Aconteceu-me exatamente o mesmo com o livro Hopeless da Colleen Hoover. A única coisa que salvou o meu desespero foi ter descoberto que havia um outro livro da autora, o Hope, que contava a mesma história, mas pela visão do outro protagonista. Ainda assim, quando terminei o segundo livro, a queda na realidade foi dolorosa. Ainda andei uns dias em negação, incapaz de conseguir pegar num novo livro de tão amarrada que estava à história.

Sei que tudo isto parece ter saído diretamente do discurso de uma doida, mas acredito que quem lê sente o mesmo. Ler é tudo isto e muito mais. Por isso é que esta ressaca emocional é tão ambivalente: custa dizer adeus a uma boa história, mas vale tão a pena. Cada livro capaz de me provocar esta avalanche de emoções, faz-me um bocadinho mais feliz. Mais sonhadora. Mais viva. Como uma autêntica adição. 

12
Out19

books of 2019 #2

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Olá, olá, olá! Antes de mais, bom fim de semana a todos, espero que aproveitem ao máximo estes dois dias de descanso que não passam, voam! 

Volto para dar continuidade à lista de livros lidos este ano. Esta lista está em permanente atualização, porque nunca paro de ler e novos livros são adicionados constantemente. No entanto, vamos indo e vamos vendo (ou, neste caso, lendo!).

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11 e 12 - A morte do Comendador Vol. 1 e Vol.2 - Haruki Murakami - acho que Haruki Murakami merecia uma secção única, dedicada só a si. É dos meus escritores preferidos de sempre e sinto que não existem palavras suficientes para falar do quão incrível e talentoso este homem é. Já li vários livros da sua autoria e, se quiserem, posso dedicar-me, num outro post, a fazer uma espécie de top 5, na minha mais modesta e humilde opinião, está claro! Mas pronto, prosseguindo: A Morte do Comendador é uma obra que, para os leitores habituais de Haruki Murakami, não desilude, não desfaz expectativas. É uma obra de encontro, na medida em que voltamos sempre a reconhecer e reencontrar as características que o tornam num escritor tão singular: a solidão, a introspeção, o mundo fantástico que se cruza com o real como se fossem complementares, ambos lados da mesma moeda. Há tanta profundidade e simplicidade nesta obra, somos levados numa viagem tão alucinante que, a dada altura, já não sabemos sobre quem estamos a ler: se é sobre a personagem ou sobre fragmentos de nós mesmos. Vale mesmo muito a pena ler esta obra, dividida em dois volumes. Quando acabei o primeiro, o segundo ainda não tinha saído, pelo que um vazio instalou-se automaticamente: queria e precisava de saber mais sobre aquela história! Haruki Murakami é sempre uma aposta ganha e segura, acreditem.

13. Norwegian Wood - Haruki Murakami - não querendo entrar em repitação de tudo o que já escrevi anteriormente, mas, ao mesmo tempo, não podendo deixar de frisar novamente: leiam Haruki Murakami! Esta obra é uma boa opção para conhecer o autor e a sua escrita, pois lê-se mesmo muito bem, é uma história cativante e cheia de surpresas. Um romance contemporâneo que nos prende num segundo e só peca por terminar. 

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14. O Tatuador de Auschwitz - Heather Morris - este livro só é desconhecido para os habitantes de Marte. Está há imenso tempo no top de vendas e não é à toa: é incrível! Primeiro, tratando-se uma história verídica, o envolvimento com o livro é imediato. Sentimos logo, desde a primeira página, uma ligação com aquelas pessoas que não são personagens, são reais. Tudo que passaram não é, infelizmente, ficção. Depois, apegamo-nos a essas mesmas pessoas porque, embora tenham passado por tanto (tanta dor, tanta fome, tanto frio, tanto medo), nunca desistiram de lutar pela sua vida e pela dos outros. Os seus atos de generosidade, de amizade e amor podiam, tantas e tantas vezes, ser o caminho direto e rápido para a morte e, mesmo assim, estas pessoas nunca deixaram de agir por amor e nunca por medo. Acho que por mau, por muito horrível que todos saibamos que foi Auschwitz, nunca nos deixamos de impressionar pelos relatos do que por lá aconteceu e pelo que fizeram a tanta gente inocente. É sempre medonho, a barriga nunca deixa de se contorcer e um nó nunca deixa de se formar na garganta. Com este livro todas essas sensações são despoletadas; no entanto, também surge a esperança, a alegria, a força, a resiliência e a gratidão. Por isso, leiam esta obra prima, porque mais do que um excelente livro, trata-se de uma inspiração para a forma como cada um de nós vive esta tão magnífica dádiva que é a vida.

15. A Educação de Eleanor - Gail Honeyman - ora aqui está um livro que me fez agradecer o facto de ser persistente. Digo isto porque, tenho a confessar que no início não estava a gostar nada deste livro. Só pensava como a personagem principal, Eleanor, era estranha e como nada me fazia muito sentido. Mas a persistência (ou teimosia) falou mais alto e lá continuei. E ainda bem que o fiz, porque a dado momento a Eleanor, inicialmente estranha, começa a ocupar um lugar no nosso coração, dando cada vez mais sentido à expressão "primeiro estranha-se, depois entranha-se!", e começamos a compreender cada vez melhor o seu universo. Depois, à medida que vamos lendo e descobrindo mais, vão surgindo dois tipos de reação, díspares mas complementares: ora nos rimos que nem uns perdidos com as saídas da Eleanor, ora choramos com a sua fragilidade e história. Aconselho mesmo muito esta leitura, é uma verdadeira surpresa e garanto que não vos vai desiludir. 

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16. Eu e Eles - Kristan Higgins - uma curiosidade acerca da minha pessoa: quando leio um livro de um autor até então desconhecido e gosto muito, o meu primeiro instinto é ir imediatamente ver que outros livros existem da sua autoria. Foi o que me aconteceu com a escritora Kristan Higgins. Comecei por ler o "Bom demais para ser verdade" (ler em seguida para mais detalhes) e, como adorei, soube logo que queria ler mais desta autora. Assim, quando tive oportunidade lancei-me ao "Eu e Eles" e não fiquei nem um bocadinho desiludida. Sabem o que mais gosto nesta autora? A forma como nos dá a conhecer as personagens. É de uma mestria tão grande que, a dado momento, se torna muito difícil não pensar nas personagens como nossas amigas. Por isso é que sofremos com elas, sorrimos com as suas vitórias e deliramos quando todas as peças se encaixam. Esta obra é sobre o primeiro amor e como este pode durar uma eternidade. É sobre amar tanto, que apenas se quer o melhor para a pessoa amada, ao ponto de se pensar que essa pessoa merece tão mais e tão melhor que nós. É bonito e divertido, leiam!

17. Bom demais para ser verdade - Kristan Higgins - este romance também é tão delicioso! Novamente, personagens bem construídas, sólidas e divertidas, a par com uma história que, embora algo prevísivel, não deixa de ser maravilhosa. Aquele apontamento no final é tão querido, que só dá vontade de entrar dentro do livro e ser uma personagem da história. 

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18. Reencontro com o Amor - Melissa Pimentel - pronto, novamente a lengalenga que referi acima: descubro uma escritora nova, adoro o livro e vou à caça de todos os outros que já lançou. Este foi o primeiro livro que li da escritora Melissa Pimentel (que, inclusive, pensei ser portuguesa, mas não é). Estava de férias, foi uma ótima leitura light para descontrair e um bom romance. Achei que o início não foi muito promissor, mas à medida que fui conhecendo melhor as personagens, sobretudo as principais, comecei a gostar muito. O livro alterna entre o momento atual e o passado, o que é uma forma muito gira de descobrir a história e a evolução das personagens. No entanto, senti que o final foi muito ... como dizer ... atabalhoado? Um final que se esperava e que, por isso mesmo, deveria ter sido melhor construído. Em vez disso, acaba tudo muito rápido, sabendo a muito pouco. 

19. Procura-se homem (sem compromisso) - Melissa Pimentel - este está acabadinho de ler, terminei ontem à noite. E foi uma desilusão. Não sei se a autora tentou escrever a sua própria experiência através da lente de uma personagem, mas senti que a história está cheia de buracos. Temos uma personagem principal que, mal conhecemos, e já se está a lançar na experiência que suporta todo o livro: a de seguir livros guias de encontros para conhecer homens com quem passar um bom bocado. Entendemos que a personagem tem um passado, um passado importante para percebermos o seu momento atual, mas que nunca é aprofundado. Não sei explicar-vos, mas senti que foi um livro demasiado superficial e no qual não há desenvolvimento das personagens, o que faz com que não se consiga criar uma grande ligação com elas e com a história. É certo que tem momentos engraçados e, lá para o fim, começamos a sentir que conhecemos a Lauren (personagem principal) e que ela tem muito mais conteúdo do que aparenta, que tem uma personalidade forte e destemida, mas ainda assim ... Fiquei desiludida. 

E por hoje, no que diz respeito a livros, ficamos por aqui! Não sem antes agradecer à equipa do Sapo Blogs pelo destaque, que me encheu o coração de felicidade. Sobretudo por o destaque ter sido num texto escrito em jeito de desabafo, quase que vomitado (desculpem a imagem, mas entendam no sentido metafórico). Obrigada :)

 

06
Out19

books of 2019

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Como já referi, este tem sido um ano intenso no que diz respeito a leituras. Pensei que poderia ser giro e até útil para alguns leitores, partilhar os livros que li no decorrer de 2019, expondo a minha humilde opinião. Mas antes de iniciar, gostava de referir alguns pontos que acho importantes:

  • Muitos dos livros que leio e dos quais vou falar são romances - é o estilo literário de que mais gosto e que mais me faz sonhar. Sou uma romântica incurável, gosto de sonhar acordada, por isso, todos os livros que me permitem viver uma boa história de amor têm um lugar reservado na minha biblioteca.
  • Romance, romance e mais romance - sei que algumas pessoas se questionam como é possível gostar de um estilo que, muitas vezes, é considerado previsível e pouco inovador. No entanto, deixem-me que vos diga: existem muito poucas ou quase nenhumas histórias novas por criar. O segredo de um bom livro, a meu ver, não está tanto na ideia da história, mas na forma como esta é escrita, como as personagens nos são dadas a conhecer e como, a dado momento, pensamos nelas como parte integrante das nossas vidas, como se fizessem parte do nosso círculo de pessoas próximas. Os romances que leio prendem a minha atenção por isso: são histórias de amor bem construídas, com personagens bem desenhadas e aprofundadas que, frequentemente, ficam comigo muito tempo depois do livro terminar. Que me inspiram. Que me fazem pensar no mundo de forma diferente. Se o final é felizes para sempre, melhor.
  • Alguns destes livros são considerados livros para jovens adultos - uma categoria criada destinada a pessoal mais jovem. Digo-vos, desde já, que muitos dos livros que li inseridos nesta categoria ensinam-nos mais acerca do essencial da vida do que muitos livros destinados a adultos. Talvez porque é quando somos jovens adultos que grandes questões se colocam, este tipo de livros tem a capacidade de nos fazer mergulhar nessas questões difíceis e complexas com que todos nós, em algum momento das nossas vidas, já nos confrontamos. Já para não falar que nos faz regressar a um momento em que tudo é vivido com intensidade, uma intensidade que tantas vezes esquecemos nas nossas vidas adultas.

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1. Daisy e o Amor sem filtros - Anna Bell - este foi um livro pelo qual estava muito curiosa, pois já tinha lido o À conquista do teu coração da mesma autora, que adorei, e, talvez pelas expectativas serem tão elevadas, fiquei um bocadinho desiludida. Uma leitura light, agradável, mas sem nunca me sentir totalmente imersa na história ao ponto de ansiar por mais e ficar a ler até às tantas da noite. Ainda assim, um romance agradável, que, em tom de caricatura, mostra o quão viciados andamos todos na tecnologia e como isso nos impede tantas vezes de viver a vida real, fora de ecrãs.

2. Apartamento Partilha-se - Beth O'leary - um livro delicioso! Este sim, ocupou um lugar no meu coração: a querida Tiffy e o sensível Leon. Um romance cheio de peripécias, rico em personagens bem construídas e com uma escrita que nos envolve, fazendo-nos ler capítulo atrás de capítulo. Além disso, uma salva de palmas para a capa, que é mega fofinha! Adorei, um dos melhores romances que li este ano. 

3. Fala-me de um dia perfeito - Jennifer Niven - muitas pessoas têm algum preconceito com o estilo Young Adult (mais conhecido por YA) que, em português, não é nada mais do que estilo jovem adulto, um tipo de literatura dirigida a um público mais juvenil. Este livro vem acabar com todos esses preconceitos e ensinar uma grande lição: uma história, quando bem escrita, não se dirige a idades, acerta em cheio no coração de qualquer leitor. Violet e Finch ainda vivem no meu pensamento e já li este livro há alguns meses. Um livro intenso, em que tudo que aborda, desde amor, morte, vida, é feito de forma a eriçar cada pêlo do nosso corpo. O final ... posso dizer que ainda me estou a recompor. Fiquei com muita vontade de ler mais da autora, estando O universo nos teus olhos na minha wishlist. 

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4. Conta-me Três Coisas - Julie Buxbaum - novamente um livro YA que achei delicioso, envolvente desde a primeira página. É frequente este tipo de romances abordar várias tématicas para além da típica história de amor e, neste caso, fala-nos de perda e de como é difícil seguir com as nossas vidas quando algumas pessoas deixam de estar fisicamente presentes nelas. Gostei muito da história e da escrita da autora, o que me levou à próxima leitura:

5. O Projeto Acidente - Julie Buxbaum - convencida pela leitura anterior, quis imediatamente ler mais livros desta autora. No entanto, fiquei um bocadinho desiludida com esta história. Acho que não criei uma ligação forte com as personagens nem com a sua história. Ainda assim, é uma leitura agradável. Simplesmente não aqueceu o meu coração. 

6. Um Ateliê de Sonhos - Lucy Adlington - eis um livro que foge um bocadinho à típica história de amor e se foca naquele que é, a meu ver, o acontecimento mais trágico, vergonhoso e desumano da história: o holocausto. Este livro é tão tristemente bonito, sabem? Triste porque a cada página é como se nos dessem um murro em cheio no estômago, pois todas as atrocidades sobre as quais lemos foram reais, aconteceram há bem pouco tempo. Bonito porque está tão bem escrito e mostra como mesmo na maior das adversidades e do puro ódio pode nascer amor, amizade e felicidade. Para quem gosta de ler acerca do holocausto, recomendo este livro, mas preparem-se: não é apenas o final que vai arrebatar o vosso coração, é capítulo atrás de capítulo!

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7. A vida interior - Christophe André - entrando agora num registo que também adoro ler: desenvolvimento pessoal e bem-estar. Tudo que envolva autoconhecimento, regulação emocional e ser capaz de viver uma vida plena e com mais sentido prende a minha atenção. Este livro do psiquiatra e psicoterapeuta Christophe André é uma viagem que será única para cada leitor, pois viajará ao mais intímo de si. A escrita de Christophe André é deliciosa e o autor desenvolve capítulos curtos e leves, mas cheios de significado e beleza, pelo que é muito fácil ler o livro de uma assentada e sentir que precisa de mais. 

8. 3 Minutos para Meditar - Christophe André - ainda do mesmo autor anterior, mas desta vez um livro centrado na meditação. Este é um tema do qual falarei certamente muitas vezes no blog: meditação. Posso dizer-vos que é uma ferramenta que utilizo todos os dias, religiosamente, de forma a conectar-me comigo mesma, com as minhas emoções e permitir-me regressar ao momento presente, onde reside toda a tranquilidade. A cada capítulo deste livro somos convidados a desenvolver meditações diferentes, focadas em várias emoções, estímulos, pensamentos. Posso dizer-vos que somente ler as palavras de Christophe André é quase uma meditação em si mesma, porque este envolve-nos de uma forma tão serena, fazendo sentir que tudo é possível e que temos esse poder dentro de nós. 

9. Os óculos da Felicidade - Rafael Santandreu - ora outro autor que muito aprecio, este pela sua forma pragmática, simples e incrível de ver a vida: Rafael Santandreu. Este psicólogo espanhol é capaz de descomplicar em meros segundos o maior novelo de problemas que possa existir. E como o faz? Domesticando a mente e a forma como pensamos. Quando lemos este livro é impossível não adotarmos algumas ferramentas que o autor nos dá a conhecer ao nosso quotidiano, sentindo que para ser feliz é só mesmo preciso colocar os óculos certos com que olhamos o mundo. 

10. A arte de não amargar a vida - Rafael Santandreu - novamente um livro de Rafael Santandreu, no qual o autor centra novamente a sua atenção na maneira como os nossos pensamentos influenciam e ditam a forma como vivemos a nossa vida. Enganem-se se pensam que este autor enche capítulos como lemas como "pense positivo!". Muito pelo contrário, este psicólogo ensina técnicas cognitivo comportamentais que nos fazem desafiar todas aquelas crenças que damos como absolutas acerca de nós, dos outros e do mundo. No final, é impossível não sentir que somos nós os autores desta história que é a nossa vida e que chega de desculpas para não conquistarmos o que desejamos. 

Como a lista já vai longa, deixarei os restantes livros para outro post. Espero que vos seja útil!

P.S. - Todas as imagens foram retiradas do site wook, que é o principal responsável pela minha penúria financeira!