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the old soul girl

the old soul girl

05
Dez19

Praise the lord, Aleluia!

girl

Há verdades universais e irrefutáveis nesta vida. Não são muitas, é certo, mas uma delas prende-se com o poder da música. A capacidade rara e quase excecional que a música tem de nos fazer desenrolar um novelo variado de emoções, de nos transportar para o passado ou fazer sonhar com o futuro, de simplesmente mudar a nossa disposição e, com isso, mudar todo o nosso dia.
Ontem foi precisamente isso que me aconteceu. Acordei carrancuda, chateada com a vida. Não vos sei dizer o motivo, talvez até fosse mais do que um, mas sei que estava sem paciência e sentia-me completamente desligada de tudo. Cansada, como tem sido recorrente, de ouvir os problemas dos outros, cansada demais para fingir que está tudo bem. Acontece que ontem era o concerto dos Harlem Gospel Choir e, independentemente da minha vontade, lá fui, sem grande expectativa, ainda que fosse uma daquelas coisas que já desejava fazer há séculos e nunca tinha tido oportunidade para tal.
E aconteceu magia. M-A-G-I-A-! Qualquer vestígio de mau feitio que estivesse alojado no meu corpo, dissipou-se e deu lugar a uma boa disposição e alegria que ainda cá estão hoje, passadas algumas horas. Acho que até adormeci a sorrir.
O concerto a que assisti ontem foi muito mais do que um espetáculo musical. Foi um momento de celebração, de exorcizar todos os males e dores para deixar que a alegria de viver, de cantar a dançar nos consuma. O que me maravilhou realmente não foram as vozes dos elementos do Harlem Gospel Choir, embora sejam algo que se aproxima do divino. Foi a sua alegria, a liberdade com que cantavam e dançavam, a sensação de estarem vivos e a aproveitar cada milésimo de segundo de vida. Como invejo essa forma de estar na vida!
Ainda que, a dado momento, tenha sentido que estava numa missa gospel, adorei cada segundo. Não me considero crente e não sou, tampouco, religiosa, mas adoro ser testemunha da fé e da crença das pessoas que o são. Acho lindo a forma como as pessoas conseguem acreditar que existe algo maior, divino, que nos protege, que nos guia e nos recebe no final desta jornada. Adoraria acreditar no mesmo, não duvido que me traria uma imensidão de paz de espírito.
O espetáculo de ontem foi também de fé. A única diferença é que enquanto para uns a fé se dirige a deus ou a jesus, a minha dirige-se à vida e aos seres humanos, no potencial que cada um de nós tem para fazer o bem, a si e ao próximo. Ontem senti-me abraçada por essa fé, senti conforto naquela sala cheia de pessoas a bater palmas, a cantar, a dançar, a vibrar com a música e a desfrutar da vida.
Foi memorável e confirmou o que eu já sabia: a música é a magia que contagia todos, feiticeiros e enfeitiçados.

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