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the old soul girl

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02
Nov19

animal de estimação

girl

Aquele ser de quatro patas, uma cauda e com o focinho mais querido e fofinho do mundo conquistara o seu coração desde o primeiro momento. Bem, talvez não tenha sido logo, porque de início ela tinha algum medo de lhe tocar, fazer festinhas e, na verdade, até a ideia de se aproximar a assustava. A culpa não era daquela cadelinha amorosa, mas sim de todas as experiências passadas (vividas, observadas e imaginadas) que tinha tido com outros cães. Sabia que, por vezes, estes podiam ser perigosos e, mesmo não tendo qualquer intenção, podiam magoar. 

Não se lembra de quando se deu o quebra gelo na relação entre as duas, mas houve um momento em que o medo se evaporou e só deixou espaço para amor e adoração. Que era o que ela sentia por aquela cadelinha. Um sentimento que não sabia ser possível emergir com tanta intensidade e dirigido a um ser que não humano. 

Aquela cadelinha conquistou o seu coração. Por inteiro. Podiam passar horas juntas, num mimo pegado, só entre festas e festinhas, que nenhuma das duas se cansava. A rapariga relaxava e deliciava-se com a satisfação da cadelinha e esta, de patinhas levantadas e barriga para cima ou com a cabecinha encostada na perna da rapariga, enchia-se de ternura e contentamento. 

É muito mais do que um animal de estimação. É parte da família; aliás, é mais família do que alguma família. É o melhor antídoto contra a baixa autoestima, porque por mais miserável que se sinta, basta por a chave na porta e aquela cadelinha vibra com tanta alegria e euforia como se estivesse a ver deus. É a companhia constante. O amor sem julgamentos e sem traições. É a prova de que a fidelidade é possível e real. É uma presença contínua: está sempre lá, em todos os momentos, em todas as fases da vida. Porque tudo pode alterar-se, mas aquele ser felpudo e fofo, nunca deixa de estar presente e de assegurar que há coisas que nunca mudam. 

Um animal de estimação será sempre muito mais do que um mero animal. E, se não for, a culpa não será dele; será sempre de quem o acolher. Porque quando se ama um animal, o amor é recíproco e incondicional. Aliás, às vezes são eles que nos amam mais a nós, sem nunca nos exigirem mais do que uma festinha pela cabeça e uma tigela de comida. 

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