É sexta-feira! Melhor dia da semana!

Sentir que as nossas palavras tocaram alguém, que fizeram sentido num outro universo para além do nosso. Aproxima-nos uns dos outros numa era em que andamos todos tão desencontrados.

Quando as compras feitas online chegam. E é ainda mais maravilhoso quando são livros!

Ouvir um sábio conselho e, de repente, fazer-se luz. Um momento eureka.

Silêncio. Sobretudo se for depois de um dia longo, cansativo e barulhento.

Sexta-feira à noite: entrada direta no fim de semana e saída automática do modo trabalho.

Castanhas. Assadas, cozinhas, até cruas! Maravilha outonal :)

Uma chávena de chá quente a acompanhar com um livro. Ah, delícia maior da vida!

A minha mãe. É a pessoa mais cuidadosa e cuidadora que eu conheço. A mais preocupada com tudo e todos. Aquela que faz tudo por toda a gente, sabes deus quantas vezes contrariada, mas só para ver todos bem e felizes. A que, de tão voltada para os outros, chega a ser chatinha. A que, mesmo sabendo que está a ser chatinha, não se importa, desde que se assegure que todos estão bem. A que o coração ficou partido em mil pedacinhos e todos os dias luta para se voltar a erguer. A minha melhor amiga. A minha alma gémea. A que está sempre em sintonia comigo, uma harmonia quase assustadora por ser tão exata. Responsável pela minha simpatia, pela minha educação e cuidado com os outros. A que falha, mas nunca me falha. A pessoa mais frágil-forte que conheço. A que deu um novo significado à minha vida e à minha força. A que me inspira a nunca deixar de lutar e de procurar motivos para sorrir. Nem que seja para a fazer sorrir a ela. A minha mãe-filha. 

A minha mãe não é uma coisa maravilhosa da vida; é um conjunto de muitas coisas maravilhosas. Talvez até todas as coisas maravilhosas. Merecia que todos os dias eu gritasse ao mundo de alegria como estou grata por ser sua filha. Porque estou mesmo. Não consigo imaginar uma mãe melhor. Não posso pedir mais. Só posso agradecer e confirmar, dia após dia, que até para nascer é preciso ter sorte.  

Há uns meses atrás fui assistir à peça "Todas as coisas maravilhosas" do ator Ivo Canelas. Não foi apenas uma peça de teatro, foi uma experiência. A todos os níveis sensoriais e emocionais que podem existir no corpo de um ser humano. Não quero falar muito acerca do conteúdo da peça nem da forma como esta se desenvolve, porque isso mataria toda a surpresa e magia da mesma. No entanto, em traços gerais, a história trata-se de um homem que regressa ao seu passado, à sua infância, mais concretamente ao momento em que a sua mãe tentou suicidar-se pela primeira vez. Então, para convencer a mãe de que a vida vale a pena e é, de facto, maravilhosa, este menino lembrou-se de fazer uma lista com todas as coisas maravilhosas da vida. Coisas maravilhosas como gelados, fazer chichi no mar, balões de água, entre tantas outras coisas tão simples, mas tão boas e fantásticas que a vida tem para nos oferecer. Este menino cresce, transformando-se num adolescente e, por sua vez, num adulto. Durante a peça viajamos pela vida deste homem-menino que vai enumerando todas as coisas maravilhosas da vida, que à medida que vamos crescendo, também se vão alterando. 

Esta peça foi uma autêntica catarse emocional para mim. Ri-me muito, mas chorei tanto também. Saí da sala mais leve, mais serena e feliz. E desde daí que, muitas vezes, dou por mim a reparar em todas as coisas maravilhosas da vida e, só por isso, sinto-me tão mais alegre e grata por estar viva. Por isso, quero criar uma rubrica neste espaço para partilhar todas as coisas maravilhosas que vou encontrando ou de que me vou lembrando. Até porque há tantas coisas boas que merecem e valem a pena ser celebradas! 

Começo com uma, que foi a que marcou o início do meu dia:

Uma cama quentinha numa manhã fria de outono. 

P.S - E, por favor, se conseguirem e ainda estiver disponível, não percam esta peça.

É i-n-c-r-í-v-e-l-! E o Ivo Canelas é mesmo, mesmo, mesmo um ator do caraças! Confiem!