#3 Self-care Journal: Describe your perfect mourning
A manhã perfeita começa com um acordar tranquilo, sem despertador, abraçada no conforto e calor dos braços do meu amor. Levanto-me, esticando o corpo, e vou até à janela para descobrir um sol luminoso, envolvido por um céu azul com apenas um rasgo aqui e ali de nuvens, semelhante às linhas deixadas pelos aviões. A temperatura está ótima, está calor e corre apenas uma ligeira e suave brisa, que sabe pela vida. Tomo um pequeno-almoço rico e nutritivo, repondo os níveis de energia para viver este dia maravilhoso que me foi dado. Como sem pressas, saboreio, delicio-me com o contraste de sabores e termino em grande, com a minha sempre fiel chávena de chá. Faça frio, faça calor, o meu chá nunca pode faltar.
Refresco-me com um banho rápido, que me dá a verdadeira sensação de despertar e visto uma roupa confortável, leve e fresca. Não preciso de me arranjar, não são necessárias mordomias. Calço as sapatilhas de desporto e sigo o meu caminho. Vou ao encontro do meu lugar favorito. Um lugar onde o mar e o monte se abraçam, onde posso percorrer trilhos envolvidos pelas árvores altas e frescas e outros acompanhados pelo mar, olhando para o horizonte infinito. Caminho com vitalidade e vigor, a cada passo que dou sinto-me viva e grata pela vida. O sol queima-me a pele, o suor começa a escorrer pelas costas abaixo, mas tudo me sabe a vida e continuo o meu percurso. Estou na natureza mais pura e simples, sinto uma tranquilidade que me faz sentir em casa. Ali estou em paz, enquanto me movimento e me perco nas flores, nas árvores, no chilrear dos passarinhos, no som das ondas. Quando termino a minha caminhada, sou invadida por uma sensação de bem-estar que ultrapassa qualquer cansaço.
Regresso a casa, agora pronta a tomar um banho demorado. A água lava-me o corpo e também a alma. Não há dor nenhuma que um banho de água quente não seja capaz de apaziguar. Seco-me, hidrato a minha pele com cuidado, penteio o meu cabelo, olho-me ao espelho e sorrio. O meu rosto está vermelho do vapor da água quente, os meus olhos brilham com a felicidade que sinto dentro de mim e o meu sorriso faz-me sentir plena.
É então que me sento, por vezes no chão, por vezes na minha cama, e me entrego à meditação. Respiro devagar e profundamente, entrego-me a cada inspiração e expiração como se nada mais importasse naquele momento porque, na verdade, nada realmente importa. Regresso a mim, regresso a casa. Sinto-me em paz e grata. Sinto-me numa relação de amor comigo mesma. Agradeço-me e agradeço à vida. Quando olho para o relógio, a manhã já passou e, como sempre, foi vivida em perfeita harmonia.